Aqui já usei quase todo o meu repertório masoquista e desfiz boa parte das minhas ideias comunistas. Esse espaço é meu, mas desejei compartilhá-lo com o mundo, se você faz parte dele...Então seja muito bem vindo(a)!

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Maiêutica.

"Assumir o que se é e ter plena consciência da capacidade própria não é soberba, nem arrogância."

Não me peça para negar o que sou! Hoje sei quem sou e conheço minhas potencialidades. Não espere essa humildade que o senso comum prega diante do reconhecimento de seus dons.

Não vou me autodepreciar para que todos vejam que sou humilde. Não esperem de mim tal ato!

Não sou soberba, arrogante nem tampouco pretensiosa. Hoje bem sei do que sou capaz e do que não sou também. Não necessito de parasitas ou aduladores para dizer-me: "Óhh, como és isto ou aquilo..."

Caro leitor, refiro-me a isto porque sempre que posso reflito sobre tudo que se passa aos meus olhos e se há uma coisa que de fato me aborrece é acusar-me daquilo que não sou. A isto respondo repetindo o que disse Nietzsche: “Ouçam-me. Pois sou tal e tal. Sobretudo, não me confundam o que não sou."

Antes de dar-me por satisfeita a esta escrita devo também dizer que nada pode ser mais medíocre num homem, do que o sentimento destrutivo da inveja. E se tem algo que consiga me afastar de alguém, é este.

Nunca tolero a inveja, tampouco os invejosos.

Não por medo ou por sentir-me ameaçada, pois de fato os que te invejam são justamente os inseguros, os que não conhecem seu papel no mundo e na ordem das coisas, mas por pura falta de paciência, não sou o tipo de pessoa que dispõe de tempo para perder, ao contrário, o tempo é me extremamente útil ao passo que subestimaria a mim mesma desperdiçando-o, já que poderia estar exercitando e trabalhando nas minhas possibilidades.

Finalizando deixo aqui uma frase de Schopenhauer que resume exatamente este pequeno texto. "A modéstia é a humildade de um hipócrita que pede perdão pelos seus méritos aos que não têm nenhum."

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

A arte de amar.

Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.

A alma é que estraga o amor. Só em Deus ela pode encontrar satisfação.

Não noutra alma. Só em Deus – ou fora do mundo.

As almas são incomunicáveis.

Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.

Porque os corpos se entendem, mas as almas não.

(Manuel Bandeira)


Vai aí uma bela postagem. Agora de uma certeza eu tenho, e posso afirmar que é minha atual certeza digamos que absoluta: a solidão. Esta de cada dia que me sufoca e me angustia.

Bom, estava devendo uma postagem sobre o poeta que deu nome ao meu blog com o poema Belo Belo, e em se tratando de Bandeira, meu conterrâneo, merece uma homenagem especial, não por isto, mas pelo grande poeta que foi e é! Manuel, Manuel da rua da união.

Que uniu a arte com a vida! Grande Manuel, um dos meus preferidos!

Fica então a homenagem!

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Presença

Passei alguns dias sem escrever...E ao certo nem sei bem por que, mas acredito que seja pelo estado emocional em que me encontro! A dias que venho me sentindo muito bem, na verdade super bem...e esse bem-estar tem me permitido ver tudo de bom que tenho a minha volta e refletir, refletir bastante...o que me toma todo o tempo possível.

Minha vida hoje em Garanhuns vai melhor do que eu achava que um dia viesse a ser, raros foram os momentos que pensei em se tornar boa ou suficientemente suportável, principalmente nos ápices de desespero, e que sempre, inevitavelmente, sempre comparava a Recife não dando chances de enxergar as transformações positivas que esta mudança me traria e me trouxe.
Ah, mas vamos combinar né?! Recife é Recife e sempre sempre vai ser o meu Recife! =)

Hoje recordo nostalgicamente (nessas horas chego a me sentir uma idosa!) os maravilhosos momentos que lá tive, e os péssimos também. Mas estes quase que ininterruptamente duravam segundos e eram recheados de força porque afinal eu possuia ao meu lado tudo! Minha cidade linda, a terra onde nasci e me criei, quente, abafada, stressante e engraçada da qual enfim nunca esquecerei.

E minha família. O referencial da minha vida, minha mãe querida que avó foi por circunstâncias que nunca questionei. Meus amigos, minha história que está contada em cada canto da escola, nas avenidas movimentadas, nos parques, nos teatros e nas casas onde morei. Nas férias em cada praia, nos cinemas com as amigas, nas refeições sempre corridas, no agito do trânsito e na paz de morar perto, tão perto do mar, do oceano que agita o mais impenetrável ser.

Ah Recife que adorei, adorei e adoro intensamente, como quem adora e a dor sente, a dor de saber que tudo é finito, que a infância, a vida, que nada é imutável e, de que nossa existência trágica é de ser no mundo o ser para morte.

Mas a escolha me foi feita, pela vida e pelos sonhos que almejei, e o sofrer me transmuta a glória, essa hoje que desfruto e desfrutarei. E me entrego, me entrego por inteira, corpo, alma e coração sem medo, a esta realidade que abracei! E renego toda tristeza, toda dor do passado que deixei!

Hoje sou só e somente saudades. Mas, posso ser alegria também, e sou. Sou razão e emoção, sou brisa e furacão, também posso ser perdão, mas não me peça compaixão depois de tudo que passei. Talvez quem sabe um dia...quem sabe um dia. Mas não me peça hoje. Hoje não!

E esse luto, esse luto que vivia...bem, definitivamente hoje abandonei!

Ser feliz é o que quero, e Recife...Recife vai estar comigo eternamente, imutável nos laços invisíveis que lá deixei, nos abraços dos encontros inesperados, na alegria de reviver por pouco que seja, as amizades e, no sorridente e imarcescível jeito recifense que carrego comigo sempre, que carrego comigo sempre e desejo nunca esquecer!

Frase do dia: "E é nisto que se resume o sofrimento:
Cai a flor - e deixa o perfume
no vento!"

(Cecília Meireles)