Aqui já usei quase todo o meu repertório masoquista e desfiz boa parte das minhas ideias comunistas. Esse espaço é meu, mas desejei compartilhá-lo com o mundo, se você faz parte dele...Então seja muito bem vindo(a)!

sábado, 29 de janeiro de 2011

Raiva

Percebi que estava mesmo com raiva. Sim, com raiva do Criador! Bendito autoconhecimento, benditos anos de Deus, de terapia, de psicologia. Por fim vejo alguns frutos dessa tão falada psicologia.

Minha raiva tem motivo, não tenho T. Bipolar apesar das aparentes inconstâncias de humor. Nem tudo o que sinto, expresso...não vejo utilidade em expressá-los. Daí a revolta começa, e brota da raiva reprimida, do não solucionado, da conversa não tida e pra quem não sabe, achar que mudei repentinamente de humor, é natural. Mas não me importo, não mais. E, eu sei, eu sei quando estou me evitando, me negando um diálogo franco, não quero enxergar a raiva. Evito, evito sim, por teimosia, e também para me fingir não humana. Ah, mas não agüento! E passei esses últimos três dias me fazendo de doida e recalcando tudo o que se referia ao mal resolvido da minha vida, ao pendente com Deus.

Três dias sem me dirigir diretamente a Ele. Três dias de pura estupidez, e humanidade, ora! Estava com raiva de Deus, querem sentimento mais humano do que este? E o mais impressionante foi resistir e contender com Ele inutilmente por três longos e miseráveis dias.

Tenho raiva por tantas coisas, por possuir esperanças num mundo absurdo, por nutrir uma crescente loucura dentro de mim. Por querer realizar sonhos tão meus e preciosos, e necessários. Sou feita de sonhos tanto quanto o universo é de ar. Respiro projetos, compartilho-os com Deus e nunca, nunca com os meus. Não me sentiria compreendida e humanamente me é necessário sentir. Ah Deus é, Deus é o amigo mais persistente que conheço, Ele me ama até quando estou de TPM, quando não quero ver ninguém, quando minha única vontade é de não existir aqui.

Tenho raiva por não compreender o que quero, por não ter racionalidade que me torne passível e possível de entender o amor, jamais saberei o que o amor é, sem aquele que o criou, e mesmo com Ele ainda não sei se um dia poderei amar. Não, o amor não é o que vemos, não é nada que se possa comparar. Ah, quem me dera um dia saber amar!

Não, não duvide. Fatos não se discutem, se testificam. Deus não nos ama por condição, não precisa nos provar nada, mas nos provou e prova. E seria eu, a última pessoa escolhida para ser amada, se realmente fossem avaliadas minhas características de personalidade...nem sei o que seria de mim que sou insuportavelmente chata em situações adversas, que me emudeço sempre que perco a paciência e que quando estou irritada não faço muita questão de minimizar os sintomas que me acompanham, por puro e bel prazer em ser sádica.

Bom, não gostaria de deixar este texto pela metade, apesar do incompleto sempre me interessar. Agora, amanhã e depois serão dias novos e espero que este desabafo tenha utilidade na vida de alguém além da minha própria e que vá além do mero sentimento de identificação, mas que promova reflexões válidas. No momento é só, até breve!

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Sem nome

Estou triste, de uma tristeza que não tem nome, não tem nada. E sinto cheiro de saudade, de perfume suave daquela flor que já murchou. Minha flor era imarcescível, hoje já não sei mais.

A tristeza é minha e eu não queria que fosse. Eu olho e vejo nela uma parte do que restou e uma do que ficou. Não, eu não me arrependo de ter ido embora, e não deveria, mesmo porque não quero me arrepender de mim, sei que posso crescer, mas preciso de esperança pra investir no muito que já andei e no absurdo que esperei. Mas hoje não confio mais, não sei mais se foi válido acreditar-me tanto, investir tanto num alguém que perde as forças pelo caminho e apenas persiste para não se declarar derrotado.

Eu não sei desistir do que quero, não sei ir embora, fechar a porta da possibilidade, fazer as malas. Desaprendi a fazer as malas completamente, nunca faço as malas, eu vivo de refazer e desfazer o que um dia desejei imensamente e fiz.

Tive tanto medo de me arrepender que nunca fugi do que me foi imposto assim, eu nem pude decidir se aquilo era de fato uma escolha boa ou ruim. Porque eu só me vi forte quando precisei ser sozinha, existir longe de tudo, e eu ali acreditei quando já não sabia se podia contar com outro alguém além de mim.

Mas eu preciso de mais, não posso assim. Não tenho mais forças pra continuar uma jornada de mais um ano e meio sem a certeza deles aqui. Perto ou longe eles são sempre indispensáveis e a dúvida não me deixa prosseguir. Oh Deus dai-me a fortaleza que preciso para não fechar a caixa do baú e dizer, vou embora porque cansei e já não posso suportar viver sem o tudo que me fez existir.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Aniversário

Achei que os aniversários serviam de comemoração pelo ano que se passou, pela vida que se viveu, pelas experiências não, experiência é o nome que se dá aos planos frustrados, e ninguém que eu conheça comemora as frustrações.

Mas incrivelmente eu comemoro, eu comemoro mais coisas ruins do que boas, porque na verdade nunca aprendi muito com os momentos de pura alegria.

Eu só aprendo na surdina, no vazio e no silêncio. Só sei que vivo quando sinto a vida e ela só é percebida no gritante escuro da dor, no mais intenso sofrimento.

E eu achei mesmo que os aniversários serviam para comemorar, mas o que se comemora no aniversário senão a própria morte? A morte de um momento, a morte de uma pessoa que já não é mais a mesma, a morte de um existir que agora é menos um ano, menos um tempo.

Ah, mas então o que é o tempo?

Não, eu definitivamente não comemorarei mais uma data que me faz lembrar que não serei para sempre, que não serei eternamente.

E não quero mais saber de relógios, nem de ponteiros me indicando que preciso correr, preciso correr para existir de acordo com o que se prega nesse mundo aqui. Eu quero ser eu sem ter que ser o nós alienado, quero o eu conosco bem, num saudável que é doente pra o mundo que existe entre nós.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Feliz cidade

Impressionantemente levei a sério minha lista das 101 coisas a realizar em 365 dias.
Bem adiantando meus incontáveis pensamentos não escritos, acho que em algumas coisas fui longe demais. Mas não me é novidade que eu peque pelo excesso, odeio pecar pela falta.
Essas últimas semanas, especificamente os dias (15 e 16) foram realmente intensos, em todos os sentidos. Dia 15 eu nem parecia que estava em mim de tão idiota que me deixei estar. Passei o dia todo numa naturalidade incomum, ri, me assustei, andei, andei muito...me perdi, me encontrei, me horrorizei diante de mim mesma e da coragem que nunca vi tão grande e expressa na garotinha que sou. Uma garotinha que grita com a vida e que não não tem medo do que lhe podem fazer de mal.
Meu Deus, eu fui parar muito longe quando comi arroz por uma semana inteira e quando inventei insanamente de rir mais! Pra quê?! Agora pareço uma esquizofrênica rindo de tudo sempre que me dá vontade. Ah, não esqueci de dizer que estou usando perfume todos os dias e que o item 42 foi absurdamente realizado por dois dias consecutivos deixando marcas profundas no meu aparelho psiquíco. Sim, dia 16 me permiti andar livremente de tudo, desde o final do ano que não uso relógio tampouco me deixo preocupar com as horas. Mas ontem, ontem eu excedi o excesso, e preciso revelar a ideia brilhante que tive no auge dos meus 23 anos: andei pelas ruas de Recife meia noite e meia...hahaha. Louca, a adolescente louca em mim se expressou ilimitadamente por esses dias.
Fiz novos amigos (item 87) através do item 81 e estou satisfeitíssima com meus progressos e minha caminhada tem sido prazerosa por tudo isto.

Terminei de ler Emma, que sobre imensa pressão minha de recomeçar a leitura, acabei retomando com enorme ansiedade e em quatro dias conclui o que se resumiu em pura alegria de ler um belo final feliz.
O item 44 já pode ser percebido aqui, para quem me conhece, claro!
Mudei, mudei muito e que mudança! Mas acima de todas elas preciso postar a que marcou meus pensamentos por horas a fio...
O item 47 precisa de uma postagem especial e infelizmente agora não tenho mais tempo, meu dedo está doendo e amanhã preciso acordar cedo para fazer uma boa caminhada na praia.

Vou embora por um noite eu vou, quero ver o mar e o sol e o meu olhar na beleza do horizonte que agora se mostra melhor do que eu poderia esperar.
Até a próxima postagem, o caos que está em mim precisa descansar!