Aqui já usei quase todo o meu repertório masoquista e desfiz boa parte das minhas ideias comunistas. Esse espaço é meu, mas desejei compartilhá-lo com o mundo, se você faz parte dele...Então seja muito bem vindo(a)!

quinta-feira, 24 de novembro de 2011




Meu coração está apertado aqui dentro e deseja falar. Mas eu não saberia expressar o que se passa e não tenho a menor disposição para. Talvez esta seja a razão para estar como estou agora, mas não vem ao caso, não agora.

O que vem é que estou me esforçando para ouvir o que minha alma doída quer me dizer, justa hora que estou querendo esquecer o que passou. Porque eu não fui pensando o pior, eu acreditei e novamente dei uma oportunidade. Eu abri as portas de uma casa não meramente física, foi um espaço para além das fronteiras metafísicas. E ter esperado o mínimo de consideração, de respeito nunca foi aberração pra mim que sempre tentei um pouco disso oferecer.

Mas eu não poderia esperar diamantes de quem não tem nada além de cobre, não poderia e não foi o que fiz. Iludidamente esperei e acreditei que era possível vencer um embate que dura 04 anos e que já me tirou o sono por noites a fio. Não quero aqui apontar nada, apenas estou triste comigo porque eu quis acreditar em quem não merecia, quis esperar o que não podia, quis o impossível e agora estou aqui lamentando ter dado esse passo.

Porque eu preferiria mesmo covardemente nunca ter dado esta chance do que ter sofrido as implicações de ser quem verdadeiramente sou. É que estou cansada e não vejo mais possibilidades diante de pessoas que convivi infelizmente por tantos anos. Cansada de tanta hipocrisia, de tanta desonestidade e deslealdade a mim e à profissão tão bela que coincidentemente ou não, escolhemos.

Só isso, estou cansada dessas tristes coincidências!


terça-feira, 8 de novembro de 2011

Destolher



Estive repensando...refazendo, revivendo.
Ressignificando.

Foi dolorido nos primeiros momentos, e assustadoramente um masoquismo necessário.

Precisava sofrer as consequencias de enfrentar o medo que me apropriei tão bem...medo da minha enorme vontade de viver. Viver mesmo a vida, com todas as emoções e inconstâncias necessárias para me sentir

Sendo.

E impressionantemente eu me vi enorme e não, dessa vez meu olhar não se apagou, o espelho que me revela não se quebrou depois. Não por acaso, não descartável...vi que era mais do que preciso, era inevitável a revelação de mim.

Mais do que receber bons ósculos, sei que dei um passo ao encontro das vontades que sempre rejeitei.
E já fazia tempo que fugia, renegava e corria  às léguas de mim.
Como permiti que o medo fosse maior do que todas as coisas que sempre quis?

Descobri e agora não há quem me faça resistir.
Vou em frente e esse é só o começo de mim.


quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Senti-mental



Está difícil sobreviver, sobretudo porque mal comecei e já tenho sentido aquela vontade insana de desistir. Porque queria ser adivinhada, sentida, absurdamente sentida.

Não gosto de resistir por razões meras e megeras, razões sempre racionais. É que quero sentir a vida sentimentalmente, eu que nego a sentimental que sou.

Preferencialmente pediria não existir, mas me lançaram no mundo e cá estou.  Queria mesmo era ser forte e insistir, mas a inconstância tem sido maior e o desespero começou a me sucumbir.

E a cada hora que passa eu agradeço por estar viva e não estragar as possibilidades de mim. Mas é que há um preço muito grande na autenticidade que escolhi. Não fazer o que sempre fiz, não cuidar mais dos outros como forma de esquecer de mim. Cuidar apenas de si em tempo integral sem ter sido ensinada é mais difícil do que um dia imaginei conseguir.

Tenho vontade de vomitar toda minha existência, mas também tenho medo. Medo de tudo só caber num grande prato raso.  E me pergunto se é mais duro não se amar ou amar-se e morrer de culpa?  Não posso mais contar apenas comigo mesma, agora sei e não nego que preciso de alguma coisa pra me segurar. Por um momento que seja...uma só pessoa que seja.

É que permanecer de pé tem sido mais difícil do que caminhar nos passos tortos e trôpegos que acostumadamente caminhei. Eu que fraca e humana sou estou pedindo mais do que paciência, peço também benevolência, não posso correr ainda, minhas pernas estão encolhidas e mal estou aqui.

Não quero assistencialismo, paternalismo, pena.
Odeio sentir pena das pessoas, ninguém merece ser digno de tão mesquinho sentimento. Se alguém puder sentir alguma coisa por mim que não seja pena e nem vou me dar o trabalho de dizer o por quê.

Preciso apenas sentir que não estou só, que posso olhar nos olhos e encontrar-me com alguém além de mim. Talvez, eu esteja pedindo muito...gostaria dessa vez de não ter razão.