Aqui já usei quase todo o meu repertório masoquista e desfiz boa parte das minhas ideias comunistas. Esse espaço é meu, mas desejei compartilhá-lo com o mundo, se você faz parte dele...Então seja muito bem vindo(a)!

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Conflito



Eu me decepciono facilmente, sempre, sempre que estipulo metas para cumprir condecorosamente. Não sei a razão, tudo bem, talvez eu saiba...É esse mesmo espírito de insubordinação, subversão que carrego tão cuidadosamente. Mas vim aqui para dizer-me outra coisa do além óbvio, porque de obviedade o mundo está cheio. Vim aqui para falar-me em altissonante que detesto a arrogância desnecessária de quem acha que tem grande poder de influência na minha vida, fato.

Fato que só eu sei que detesto, é que não expresso, tenho evitado ferir assim o ego alheio. Porque ninguém faz ideia do quanto pensar muito pode ser pesaroso, até que pense muito...e a ruína de quem a isso se dispõe é justamente o maldito autoconhecimento.

Meu Deus quantas vezes já me peguei em diálogos intermináveis sobre minhas atitudes...quantas vezes reclamei pelas sinceras e impoupáveis verdades que eu sabia, e duramente enxergava?! E pensar que tantas vezes já me chamei de covarde!

Eu queria dizer, só dizer que se estou sendo influenciada não é por alienação, devoção, idiotice, mas por escolha. É que simplesmente cansei de mim mesma sempre mantendo rédeas sobre tudo e me permiti afrouxar a carruagem, perder o controle, fugir da regra, porque como achar-se, perder-se também é necessário.

É necessário para que eu admita que não posso fazer e ter tudo o que quero hoje, que ilusoriamente e por estar sempre só, cheguei a pensar que eu sou quase...um quase tudo, como já disse Clarice L.! Já aprendi que viver sozinha física e emocionalmente, não mata, aliás mata! Mata as ideias tolas que temos de que jamais conseguiremos viver sem alguém a quem nosso coração pulsa acelerado. É descobrir (comicamente trágico) que se você não tiver cuidado passa a se amar mais do que tudo (esse é o problema de quem nunca se amou, quando ama a 1ª vez, enlouquece por si)  Hahaha

Como é a vida! Melhor dizendo...como são as coisas da vida!
Aprendendo sempre, jornada diária! Estou colocando pausas verdadeiras nas minhas escassas vírgulas, eu que sempre fora desembestada para fugir dos outros, agora preciso deles para saber em que parte da pauta a música diminui, em que parte tem que parar.

Não estranhem, não me questionem se e porque eu mudei, pois chegará a hora em que compartilharei, ou não, talvez essa hora nunca chegue. E se quiser me entender caro amigo, não pretendo lhe desmotivar, mas devo avisar que não conte comigo, não agora, não esta semana, que prestes a completar 24 anos de jornada, ainda não alcancei nenhum limiar básico de compreensão...é que como disse F.D: Pais difíceis, filhos sádicos. Hahaha
#Piada interna

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Passaporte para Felicidade




Quero ir até Felicidade ou fazê-la vir até mim novamente.
Ela que pouco foi minha amiga vai saber por que e quem eu fui, isso por mim, claro, que resolvi lhe encontrar. Vou a sua casa porque sempre muito apressada, justa hora em que eu estava de saída, já desacreditada de sua presença, ela aparecia a minha porta cheia de ideias longas e eu nunca tive muita paciência, muito menos tempo para uma boa conversa.

Estive muito ocupada dispensando cuidados ao seu Antônimo, Tristeza, que simplesmente demandou horas da minha compreensão. Mas agora sei que preciso do passaporte. Para lá chegar terei que muito tempo gastar, é que soube hoje que ela mora longe, é de outro país, outro mundo, e que vive em terras longínquas para que sempre que alguém descubra seu endereço, se mude mais facilmente.

Felicidade é difícil, costuma selecionar muito as pessoas e só reaparece na vida de alguém que se propôs a aceitá-la, exatamente como ela é: passageira.

Porque quem teima em ser permanente mesmo é o seu Antônimo.
Por isso que preciso do passaporte o mais rápido possível, Felicidade não pode saber que estou a sua procura, não deve jamais desconfiar. Ela precisa acreditar que eu a mereço e não sei como a ela isso provar.

Eu preciso revelar que não a desprezei por medo, e sim porque ela sempre incomodou meus vizinhos, e eu...? Bem, eu tinha era vergonha. É que não sabia como fazer-me todo Antônimo, nunca soube disfarçar quando Felicidade batia na minha porta, então preferia seguir meu caminho, meus compromissos e adiar o nosso encontro.

Só que hoje eu percebi que Felicidade está velhinha e pode não ter mais a força de antes, e pode esquecer como chegar ao lugar onde moro, fica distante também e, pode não mais querer vir ver-me, pois ela não sabe que apesar de ainda ter vizinhos, já aprendi a perdoá-los por se incomodarem pela sua visita.

Felicidade ficará surpresa quando receber o passaporte na sua casa e o bilhete que com ele enviei, é que foi por mim escrito e muito sinceramente nele eu disse:

Felicidade desculpe-me pelas vezes em que desacreditei em você, nas suas promessas. Por favor, quando vier não bata à porta nem toque a cigarra, Antônimo, que me espreitava através dos vizinhos, já dispensei. Agora os cuidados da minha vida estão entregues apenas a você.
Venha depressa, pois a aguardo ansiosa na janela que agora sem cortinas, me permitirão ver claramente seu caminhar lento à distância.
Com carinho, sua mais nova companheira Lea.