Aqui já usei quase todo o meu repertório masoquista e desfiz boa parte das minhas ideias comunistas. Esse espaço é meu, mas desejei compartilhá-lo com o mundo, se você faz parte dele...Então seja muito bem vindo(a)!

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Ninguém é


Ninguém é.
Todo mundo pode ser.
Imprescindível não existe quando a gente para e pensa.

O outro nos é importante para nos fazer suportar o absurdo da vida, mas nem você nem eu somos imprescindíveis a ninguém.

O desamparo nos é possível porque há tantas formas de esquecê-lo, de sublimá-lo, de expressá-lo. Eu me escrevo aqui nestas linhas, há contudo quem se escreva e inscreva numa pauta musical, quem seja num outro corpo de amor, quem se proteja no calor de outrem.

Eu sou na literatura, na alegria da música também. Sou só e preciso suportar minha solidão comigo mesma, com meus livros, com o que desconheço de mim. E não sei ser sem as artes, sem o prazer de me abandonar na leitura e me esquecer de mim. É preciso se esquecer às vezes, como é preciso!

O Deus me ensinou sobre o necessário na vida e com uma verdade absoluta, universal, irrefutável, afirmo que não sou eu, nem é você.
O necessário, o imprescindível é o nós-conosco, o outro que pode ser você hoje, mas amanhã, amanhã poderá ser qualquer outro.

O indispensável é aquilo que não se vê, o imprescindível é o Deus!


sábado, 18 de fevereiro de 2012

Ser-me





Talvez um dia eu me liberte de tudo o que me atrapalha, me cansa e me faz mal, quem sabe...Quem sabe eu consiga lembrar sem dor de algumas imagens, consiga encarar sem medo e sem lágrimas, momentos que vivi e que ainda estão vívidos em mim. Que recorde, re-cordis mesmo com o coração, sentindo as emoções sem culpa. Culpa por tudo, por nada, por mim.

Por mim que quis sempre fazer tudo certo e que nessa ânsia de acertar, me feri.
Feri tanto que ficou um buraco negro aqui dentro, sem que ninguém pudesse me ajudar a prosseguir.

Porque a ajuda precisava partir de mim, que acima de tudo urgia em pedidos...Pedidos secretos e clementes por socorro, eu que negligenciava o amor à torta e trôpega humana que sou.

Impulsiva, espontânea e destrambelhada...Sou, fui, não sei se serei.

É que não aceito injustiça, não consigo, nem quero.
E é-me injusto permanecer cometendo os mesmos erros, porque da vida só tenho uma certeza: a de que nada é eterno.

Por isso, quero tentar aceitar as minhas injustas medidas, não conformar-me.
Ao contrário, melhorar-me, mas sem pressão, medo, ansiedade, insônia, desespero...
Eu só quero tentar ser-me completa, ser a menina que um dia fui: feita de luz.