Aqui já usei quase todo o meu repertório masoquista e desfiz boa parte das minhas ideias comunistas. Esse espaço é meu, mas desejei compartilhá-lo com o mundo, se você faz parte dele...Então seja muito bem vindo(a)!

quinta-feira, 21 de março de 2013



O tempo passou tão depressa que não tive tempo de apreciar. A vida tem se assustado diante dos meus olhos e fico apenas a chocar-me com o que rebeldemente se apresenta.

Ora são crianças que agora teimam em ser adultas, ora são velhos que querem voltar a ser crianças. Eu que não entendo fico calada, porque já sei que da vida nada sei mesmo! Fico calada também porque diante do inconcebível eu me calo, e sempre. Nem tenho pressa em falar do que nunca poderei expressar...E,  só escrevo, entendam;  Só escrevo por teimosia, e por pena também. Autopiedade. É que este blogger que mantenho estava meio abandonado, empoeirado como eu, precisando de uma revisão, de um caça-palavras perdido, que seja. Preciso dele, essa é que é a verdade!

Estávamos tristes, eu e ele, sem respostas, sem palavras e olhares e gestos e emoções. Estávamos como quem só vê, vê a vida e passa. Porque não tenho ritmo pra viver dessa maneira, esse mundo está frenético demais meu caro, não gosto de pressa eu agoniada que sou.

Só quero a paz de um segundo comigo, e nisso exijo, quero silêncio e também quero a pausa da música, do soneto, do verso estatelado que ficou com a rima dura.

Estou é com saudades de mim, de minha insanidade diária de me obrigar a dizer pra mim como estou, como me sinto sozinha e que minha solidão agora nem está feliz. É como se faltasse alguma coisa, alguma coisa que não sei...estou descobrindo, tentando respirar diante dos holofotes que agora, eu astigmática que sou, tenho sido obrigada a olhar. 

Nunca eu que estive sempre em baixo, na plateia, fui treinada a estar em cima, no palco. O palco é pequeno demais para mim que gosto da plateia com suas várias opções de assento. E eu também não gosto de ficar em pé, sou grande, já disse...chamo a atenção! Gosto tanto da simplicidade que um elogio se torna aberração. O que sou digna eu já sei, não preciso que me digam, que me parabenizem...Deus também já sabe, e eu já sei porque Ele que sabe também já me disse antes. Antes de todos eu já ouvi dEle.

Queria que parassem, eu já acreditei, precisei dizer mil vezes seguidas pra acreditar. Mas já! Estou no palco. Finalmente? Eu sei lá, talvez eu desejasse esse negócio pra ver como é que é, mas nem acho que morreria de amores por esse lugarzinho. É que é inóspito ser alvo de olhares até grandes, e com desesperadas expressões de felicidade passageira. Eu quero outra coisa, e essa outra coisa ninguém a não ser o Deus, pode me dar.

Quero a delícia de poder sentir as coisas mais simples, de respirar sem medo, de crer que o melhor sempre chega, demora mais chega; e que não preciso estar no palco pra isso, eu posso ser feliz sem palcos, eu sempre fui a menina dos bastidores e nunca morri de afetos por pop stars.

Porque eu aprendi, a felicidade está em mim. Os outros? As outras? O resto passa, porque tudo que é resto se descarta. O indispensável sou eu.

Eu estou feliz agora, a tristeza não demora...ela também passa, como o tempo, tudo passa. E fico é serena quando posso me dizer, e não tem nenhum lugar no mundo melhor do que este, este é meu cantinho, meu aconchego, o meu segredo. De me escrever traçados-pedaços-retalhos, eu gosto é muito. Mais ainda quando digo o que der, o que puder, o que vier. 

Gosto mesmo de viver e ver a vida com calma, que é preciso calma pra ser feliz.