A vida tem muitos cômodos, mas me aterei hoje aos quartos.
Há os quartos claros e também os escuros. Os abertos e os fechados. Os úteis e os inúteis.
Os fúteis e os desvalorizados que desesperados deixam qualquer um entrar.
Há os silenciosos não pela ausência de ruído, mas pelo som quase inaudível de suas paredes.
Há aqueles que possuem janelas para o mar e os que possuem janelas apenas para o chiqueiro, mas há os sem janelas também.
Há os que preferem a ausência de cheiro ao enauseante cheiro do mar. Tudo é questão de olfato. Preferências não se discutem, certo?
Há quartos que desejam e há os que querem apenas ser desejados.
Que o meu querer se transmute não mais em sofrimento, mas em glória. E meu quarto outrora trancado em sua própria escuridão permaneça agora iluminado e, se porventura a porta precisar ser aberta que seja sábio aquele que a abrir, pois Nêmesis está dormindo, não morta. Se despertada é pura fúria e selvagem!
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