Aqui já usei quase todo o meu repertório masoquista e desfiz boa parte das minhas ideias comunistas. Esse espaço é meu, mas desejei compartilhá-lo com o mundo, se você faz parte dele...Então seja muito bem vindo(a)!

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Percebo-a na vontade de retorno de tudo aquilo que deixei,
No ponto de partida da vida que abdiquei,
Nas palavras escondidas no olhar que abandonei,
Na distância desmedida que em vão desafiei,
No refúgio, nas defesas que então aqui criei.
Saudades, sim?
O que será desse sólido sentimento que escondo, renego?
Que tento incansavelmente apagar da minha memória já fatigada pela esperança de dizer: "voltei amor, voltei a um tempo que não sei"...

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Olhar


Estou num barco e meus olhos veem.
Veem mares sem fronteiras.
Mas retorno ao real, ao tangível a mim e o que vejo é uma maré, de poucas águas, poucas ondas e muitos peixes.
Peixes grandes, mas iguais.
E fito-me no horizonte a perguntar porque ainda estou neste barco quando o navio já atalhou na terra...

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Hipocrisia sociável















Oi para você leitor, aluno do Colégio Santa Emília. Temo falar um pouco sobre esse assunto, porém faz-se necessário.

Vivemos numa época em que as pessoas dão mais valor aos bens materiais, ou seja, o valor de cada um é dado conforme sua conta bancária, carros, casas, etc. E isso é muito triste. Vive-se em função do dinheiro, não que ele seja desnecessário, mas classificar o valor de cada ser humano por ele, isso já é demais, não?

A ética fora esquecida. Tudo o que nossos pais um dia vivenciaram hoje já não se vê mais. Achamos até engraçado quando nossos avós nos contam sobre o primeiro beijo..., quase que aos vintes anos!

Os tempos mudaram, contudo não deveríamos esquecer que sociedades de várias épocas e lugares tiveram e deixaram seus valores. E nós hoje, qual o valor que nossa sociedade tem? O que vamos deixar de exemplo para o nosso futuro, para os nossos filhos?

Qual terá sido sua resposta? Gostaria de neste exato momento sondar seu cérebro e descobrir a dura e insegura resposta que terá dado a si mesmo. Porém com muito cuidado vou generalizar.

Sendo a ética e os valores tão esquecidos, o que nos resta? Resta-nos lastimar por toda destruição que nós mesmos ocasionamos? NÃO, essa é a resposta! Não deveríamos aceitar o que no fundo não queremos e que muitas vezes fingimos não ver.

A sociedade hoje é vítima e ao mesmo tempo culpada, não somente pela violência, mas também pela fome, pela miséria e por muitas outras coisas que ao invés de serem valores são obras incapazes de serem classificadas como humanas.

Você precisa se mexer, precisa “sair da caverna” e olhar ao seu redor, e se isso for feito verá que existem muitas pessoas à sua volta que têm valor, mesmo não tendo grande posição social.

Precisamos deixar de ser hipócritas e egoístas, e assumir nosso atos seguindo o conselho do sábio Sócrates: “Conhece-te a ti mesmo”.

Se todos fizerem sua parte e pensarem assim, chegará o dia em que o nosso Brasil terá outro rumo.


Pelos meus 16 anos,

Pelo tempo que ficou marcado,

Pelas amigas que deixei,

Pelo Santa Emília,

Pelos professores,

Pela filosofia que conheci aí.

Pela enorme saudade que tenho desse tempo em que ríamos por tudo e chorávamos por nada!

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Ensaio

Revejo,
Repenso,
Retroalimento-me de mim mesma.
Renasço a cada novo pensamento,
Refaço meus conceitos e todos os dias, inevitavelmente, consulto minha memória sobre cada ação realizada por minhas mãos.
E o que se mostra na realidade aqui tão próxima?
O que se desvela ao meu redor são sujeitos completamente assujeitados.
E me irrito, não aguento!
Nem desejo mais suportar tanta mediocridade reunida.
São hipócritas diante de si mesmo e se perdem nos outros, no alheio que nem lhes é comum e no cenário normativo em que estou/estamos eles se massificam.
E é absurdo demais servir-me disto.
Tenho consciência de mim mais do que tudo e não aceito ser mais uma figura da população, e pior, de uma população desencantada e completamente alienada de si e do mundo.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Ausência













Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
(Carlos Drummond de Andrade)

domingo, 11 de abril de 2010

Paradoxo

Chocolate sem açúcar
Picante sem pimenta
Cristianismo sem Cristo
História sem fatos
Sociedade sem indivíduos
Psicanálise sem Freud
Feminismo sem Virginia Woolf
Filosofia sem Nietzsche
Heliópolis sem sol
Chuva sem água, terra sem ar, céu sem estrelas, chão sem mundo.

Essa sou eu!


Não quero mais tentar entender. O que eu preciso e sei que posso é amar e viver um romance para a vida inteira, certo?


A voz do silêncio

Dores, marcas, agonia.
Lágrimas, sangue, vidas.
Ciência, palavras, literatura.

Uma cadeira, um pedaço de papel, o vento.
Ouço vozes. Na verdade gritos de uma criança que ecoam nos espaços intermitentes dos meu pensamento.

Não tenho sentido outra coisa além do silêncio que insiste em mim.


Estou confusa, de uma confusão de palavras sem fim, não sei para onde ir.



quinta-feira, 8 de abril de 2010

Sou tantas coisas hoje, mas nem é por essas tantas coisas que estou aqui. Pensando-me bem parei, inevitavelmente parei para olhar para o abismo chamado passado. E eis que encontrei algo que me acompanhou por longos anos...O idealismo.

Sim idealismo! E vi que desde muito cedo criei, fomentei alguns, exclui outros e mantive sempre algum ideal. Independente de minhas crenças consigo enxergar a genialidade disso, a dor de ser idealista que carrego desde ontem, desde sempre.

E agora devo confessar que mais uma vez a genética fala mais alto que o social. Deparando-me com o nobre sangue de mi madre revelando seu poder, me derreto toda, até me sublimar. E só por me sentir identificada a um outro tão semelhante a ponto de sufocar-me. Felizmente ou não (depende do seu ponto de vista!) fui presenteada pela vida com este tal dom que alguns míseros humanos tanto almejam. Mas quem foi que disse que gênios vivem apenas estrelatos?

Calo-me tantas vezes para que não saibam os horrores que habitam minha mente. Aterrorizo-me com meu próprio sofrimento. E por vezes desejei tocá-lo para então matá-lo num abraço apertado da doce ignorância que me cerca. Quantas e quantas vezes Deus? Quantas vezes almejei toda essa mediocridade que os fazem tão felizes...!

Mas há aqueles que nascem incumbidos de seguir diferentemente. Enquanto a multidão olha para sua frente, eu genial que sou, olho apenas para o alto. Porque é de lá que virá o consolo para minha angústia, a paz para minha alma, a salvação para o meu Ser.

E dou graças, hoje apenas hoje aprendi a dar graças porque compreendi, aceitei e passei a valorizar-me por assim ser!