"Levantei-me. O tiro de misericórdia. Porque
estou cansada de me defender. Sou inocente. Até ingênua porque me entrego sem
garantias".
(Clarice Lispector)
Estive silenciosamente pensando. Em
nada... E é difícil deixar-se entregue ao nada dos pensamentos que impressionantemente
falam.
Perceber-se enquanto humana, cheia de
imperfeições é um exercício necessário que só me tem feito bem. Eu que tanto fugi
de mim e agora estou aqui tão tranquila comigo que me espanto! E me abismo porque noutros tempos eu sei
que estaria absolutamente triste comigo e pior, culpada. O bom é que a tristeza dá e passa, a
culpa não. É um bicho cruel que te corrói o coração e o amor. O amor por si que
acaba se desfazendo lentamente. Mas hoje eu vejo sem medo, sem medo de
perceber a pessoa bonita e honesta que sou.
Porque eu sei que fui... Eu fui fiel ao
que acredito ser verdadeiro, e verdadeiro é ser honesto: honesto consigo e com
os outros.
Fui e tenho sido!
Não minto, não sou dada a essa falha de caráter.
Tenho muitos defeitos e reconheço-os sem o horror de outrora. Se por acaso vier
a me envergonhar é por acreditar presunçosamente que acertei e depois perceber
que apenas me iludi. Mas isso é por hoje me admitir humana, me aceitar como tal.
Mas há aqueles que não conseguem se
permitir o erro.
Eu? Eu não digo nada, às vezes o silêncio é a
melhor forma de resposta, de amor. Porque deve haver nessa perfeição uma
necessidade. E não me acho no direito de
questionar as necessidades alheias. Cada qual com a sua, eu que tenho a necessidade
urgente de ser o que sou. Não me cabem carapuças, não me doem indiretas, porque
eu vivo na extrema necessidade de ser sincera. Prefiro ainda que pague um
ônus caro por.
É o que me faz plena de mim.
Prejudico-me se necessário for, mas
mantenho o mínimo da minha dignidade e não, eu não minto! E tenho mais do que
motivos para manter fixa essa postura. Mesmo que o mundo inteiro diga o
contrário, eu simplesmente não minto, não suporto. Já tenho defeitos para doar
aos milhares, não preciso de mais esse para acrescentar ao meu currículo.
Sinto muito para quem se sente incomodado
comigo, não posso ser aquilo que não aguento. Cada um sabe a dor de Ser, e hoje
mais do que nunca me respeito, me aceito e tenho tentado fazer de mim o melhor
que acredito.
Espero com coração trêmulo de fé que um
dia as pessoas a quem confiei segredos de alma e as que não, que não só
entendam, mas compreendam que ser sincero não é ser “idiota”, “burro” ou
qualquer um desses adjetivos pejorativos facilmente atribuídos àqueles que
ainda tem a coragem de Ser.
Eu falo por mim, acredito por mim... mas
ardentemente espero que a vida seja feliz nos seus ensinamentos e os ajude nesta
valiosa lição. Porque vale a pena ser sincero apesar de.
Obrigada a todos os que me fizeram
acreditar que não é vão, o movimento de autenticidade não é vão e que não é
sincero aquele que diz que não dá pra ser autêntico o tempo todo. Dá, é questão
de querer, de ser sábio, de esperar o momento certo para Ser!
Porque não preciso dar minha opinião o
tempo todo, não preciso dizer quando não concordo, o silêncio pode comunicar
meus intentos. Não preciso fingir amizade para estar ao lado de quem não
suporto só para saber o que a pessoa trama. Não preciso me preocupar com o que pode me
fazer o homem, porque eu sei em quem confio e de que sua justiça não falha independente
dos meus erros e defeitos.
Porque Ele não se deixa corromper, Ele simplesmente
é fiel a si mesmo e a sua palavra. Eu só tenho que dizer: obrigada Senhor,
mais uma vez eu te agradeço pelos teus valiosos ensinamentos!
Desde já quero,na verdade, dar-lhe os parabéns. Escreve coisas interessantes; frases bem elaboradas.
ResponderExcluirMas acima de tudo escreves o que sentes.
Gostei.
Beijitos
www.umolharsobreovento.blogspot.pt