O tempo passou tão depressa que
não tive tempo de apreciar. A vida tem se assustado diante dos meus olhos e
fico apenas a chocar-me com o que rebeldemente se apresenta.
Ora são crianças que agora teimam
em ser adultas, ora são velhos que querem voltar a ser crianças. Eu que
não entendo fico calada, porque já sei que da vida nada sei mesmo! Fico calada também porque diante
do inconcebível eu me calo, e sempre. Nem tenho pressa em falar do que nunca
poderei expressar...E, só escrevo,
entendam; Só escrevo por teimosia, e por
pena também. Autopiedade. É que este blogger que mantenho estava meio abandonado, empoeirado
como eu, precisando de uma revisão, de um caça-palavras perdido, que seja. Preciso dele, essa é que é a verdade!
Estávamos
tristes, eu e ele, sem respostas, sem palavras e olhares e gestos e emoções. Estávamos
como quem só vê, vê a vida e passa. Porque não tenho ritmo pra viver dessa
maneira, esse mundo está frenético demais meu caro, não gosto de pressa eu
agoniada que sou.
Só quero a paz de um segundo
comigo, e nisso exijo, quero silêncio e também quero a pausa da música, do
soneto, do verso estatelado que ficou com a rima dura.
Estou é com saudades de mim, de
minha insanidade diária de me obrigar a dizer pra mim como estou, como me sinto
sozinha e que minha solidão agora nem está feliz. É como se faltasse alguma
coisa, alguma coisa que não sei...estou descobrindo, tentando respirar diante
dos holofotes que agora, eu astigmática que sou, tenho sido obrigada a olhar.
Nunca eu que estive sempre em
baixo, na plateia, fui treinada a estar em cima, no palco. O palco é pequeno demais para mim
que gosto da plateia com suas várias opções de assento. E eu também não gosto
de ficar em pé, sou grande, já disse...chamo a atenção! Gosto tanto da
simplicidade que um elogio se torna aberração. O que sou digna eu já sei, não
preciso que me digam, que me parabenizem...Deus também já sabe, e eu já sei
porque Ele que sabe também já me disse antes. Antes de todos eu já ouvi dEle.
Queria que parassem, eu já
acreditei, precisei dizer mil vezes seguidas pra acreditar. Mas já! Estou no
palco. Finalmente? Eu sei lá, talvez eu desejasse esse negócio pra ver como é
que é, mas nem acho que morreria de amores por esse lugarzinho. É que é
inóspito ser alvo de olhares até grandes, e com desesperadas expressões de
felicidade passageira. Eu quero outra coisa, e essa outra coisa ninguém a não
ser o Deus, pode me dar.
Quero a delícia de poder sentir
as coisas mais simples, de respirar sem medo, de crer que o melhor sempre
chega, demora mais chega; e que não preciso estar no palco pra isso, eu posso
ser feliz sem palcos, eu sempre fui a menina dos bastidores e nunca morri de
afetos por pop stars.
Porque eu aprendi, a felicidade
está em mim. Os outros? As outras? O resto passa, porque tudo que é resto se
descarta. O indispensável sou eu.
Eu estou feliz agora, a tristeza
não demora...ela também passa, como o tempo, tudo passa. E fico é serena quando
posso me dizer, e não tem nenhum lugar no mundo melhor do que este, este é meu
cantinho, meu aconchego, o meu segredo. De me escrever traçados-pedaços-retalhos,
eu gosto é muito. Mais ainda quando digo o que der, o que puder, o que vier.
Gosto mesmo de viver e ver a vida com calma, que é preciso calma pra ser feliz.
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