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quinta-feira, 24 de outubro de 2013

O que tenho eu? Uma carta para mim


Estou estarrecida comigo mesma. Não sei o que tenho, não sei se já tive alguma coisa, mas é que ultimamente não tenho dado nome as minhas vivências. Antes eu sabia o que vivia, hoje eu nem sei se vivo.

Chegou um tempo na minha vida que eu não sei dar nome nem cor, o sabor foi embora desde as turbulências do semestre passado. Hoje pra sair de casa eu ando me obrigando e justifico todas as razões pra continuar a jornada.

Está difícil, nunca pensei que alguma coisa que eu amo tanto chegaria a estar difícil. Está difícil estudar, sobretudo porque sempre tem algo mais interessante pra ler do que aquilo que sei que preciso, é minha obrigação saber.

Já entendi...estudar nunca teve uma conotação ruim assim. Nunca foi uma obrigação, antes era prazer! Eu que fazia tudo por brincadeira agora sou obrigada a ser séria. Eu que brincava de ser estudiosa, de ter uma conexão maluca com os livros e as palavras que saíam voando deles. Agora? Me obrigam a estudar porque saber menos parece ser crime! Tenho que dominar todas as coisas para não parecer humana.

Droga, eu achei que fosse humana. E agora? O que ser?

Estou cansada, esse ambiente de competitividade me cansou os nervos. Estou doente. Será dos nervos ou da mente? Mas que mente, que saude? Quem disse que a saude mental habitou instituições fechadas não conheceu Goffman!  Então, o que fazer, pra onde ir se ainda me restam dezoito fatídicos meses?

Quem bem sabia que eu era tão forte assim?
Que tenho eu? Uma fortaleza dentro de mim.

Já resisti tanto, que hoje compreendo: não sou politizada, eu tenho é uma política dentro de mim...e nem é politicamente correta assim.


Subversão, adeus, vou tentar cuidar de mim!

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