Aqui já usei quase todo o meu repertório masoquista e desfiz boa parte das minhas ideias comunistas. Esse espaço é meu, mas desejei compartilhá-lo com o mundo, se você faz parte dele...Então seja muito bem vindo(a)!

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Silêncio



Minhas palavras não são silêncios. Mas meus silêncios serão sempre minhas palavras! Ditas de um jeito que só quem me conhece sabe.
Não sinto vontade de ficar a sós com alguém em silêncio, é preciso muita intimidade pra isso. Não tenho muita intimidade com alguém assim, tenho medo.
As pessoas não sabem compartilhar segredos de alma, elas compartilham problemas que podem ou não ser usados contra você; E depois? Depois eu ainda sou a pessoa que se arrepende ao contar um silêncio. Eu ainda sou aquela pessoa que pensa mil vezes se vale a pena ficar em silêncio. Palavras são só palavras, superfície será sempre superfície.
Silêncios? Silêncios serão sempre silêncios.
Porque mais que um olhar, meus silêncios são cheios de mim... Não poderiam ser de outro jeito. Mas é preciso que se diga, são cheios de vida e da minha vida também! Da vida que é minha e da vida que é dos outros. Dos outros que fazem parte dela e que preciso confiar para dizer.
Dizer o que me incomoda nessas relações que deveriam ser melhores, se...claro, se as pessoas parassem de buscar superar-se em cima das fraquezas dos outros. 
É que me irrita ver tanto oportunismo disfarçado de amor, tanta hipocrisia disfarçada de bondade e tanta falsidade espalhada e comestível em cada pilha de pessoas. Gente que se nomeia de pequenos cristos, e não sei se poderiam passar de mendigos da verdade, verdade essa que nem eles sabem qual é!
É difícil manter-se em silêncio, sobretudo porque meu silêncio fala da minha paz. Dessa que me foi dada ao crer que existe alguém que vê além das aparências. Sou também paz, e meu silêncio só é dito quando estou na mais perfeita paz e confesso, eu perco um pouco a vontade de estar com alguém quando esta paz se encontra ameaçada.
Mas jamais pensei que este silêncio fosse incomodar tanto quanto minhas ininterruptas e destoantes palavras. Eu que achei que as palavras ditas assim sem qualquer propósito e alienadas de si mesmas não fossem piores do que meu silêncio...bem, descobri! Assustam-se.
As pessoas se assustam se falo, se assustam se calo.
Se estremecem se olho, se aborrecem se choro. 
Se falo o que penso sou taxada, se calo o que penso, desconfiada. 
Se respiro, se canto, se levanto, se deito. 
Se existo, se falo ou se aborreço...Agora já não me interessa, cheguei num tempo em que ser feliz independe. Problema dos outros que estão preocupados demais comigo, problema dos outros que se interessam em me ver mal, problema.
Pro-ble-ma.
Se quiser, soletro pra você:
P-R-O-B-L-E-M-A       S-E-U
No momento estou tentando manter os pés no chão, eu que já aprendi a voar e não preciso a ninguém provar. No meu mundo a ordem é outra e se acham que sou estranha, ótimo...Nunca fiz questão de ser normal! 

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