Eu só funciono à noite, adoro
escrever, e sim, escrevo bem. Penso demais também, e seguindo o fluxo acelerado
dos meus pensamentos sofro exaustivamente, na mesma intensidade que minhas
desesperadas sinapses. No entanto, já aprendi a me manter neutra quando estou transformando
alguma informação em conhecimento, e não mais me apresso em emitir minha
opinião mesmo quando solicitada. Penso duas vezes, afinal aquela idade em que a
impulsividade dá lugar à paciência meio que chegou, forçada ou não, mas chegou.
Queria dizer aqui também, já que parece um confessionário, que gosto da
sensação de estar sempre aprendendo, mas tenho uma enorme dificuldade com
rotinas. Estudo por lazer, leio por prazer, pesquiso por puro ódio ao tédio da
ignorância. E é como um êxtase, me entrego por completo! Porém agora me recordo que esse problema é antigo e que certa vez um professor me falou sobre esta dificuldade de seguir
rotinas, e isso em tom de questionamento afirmativo (se é que vc me entende!)...
Mas eu senti como uma grave acusação, claro! Como assim descobriram minha maior fraqueza sem meu consentimento?!
Diante do fato me denunciei, obviamente não com palavras, apenas com uma
expressiva careta. Tenho mesmo, não nego, nem jamais virei a negar que odeio
rotinas, embora reconheça a urgente necessidade que tenho delas. Preciso de rotina pra fugir um pouco de mim mesma, porque sofro de
ansiedade aguda, latente, desesperadora, e o ócio nunca é produtivo se eu não me agarrar a algum livro
ou de vez em quando a um dorama (também sou gente e adoro um drama!). Mas, como
tudo na vida, sou feita por épocas...e esse é meu maior drama! É que me entedio fácil, nem sei explicar. O
que hoje me chama muita atenção eu esgoto em algumas horas e já era. Eu sou
aquele tipo de pessoa louca...na minha vida há momentos em que só assisto
dramas históricos e há outros em que comédias românticas clichês me salvam.
Tô aqui descrevendo essas coisas
todas como se fosse acordar amanhã após 8h de sono reparador. Mas além de já
ter ultrapassado a hora máxima pra dormir esta noite, eu tô pensando é na aventura
que vai ser acordar na hora certa amanhã (nas 1000x que vou colocar o
despertador na soneca!), na aula de terça que vou dar, no que vou comer amanhã e
de praxe no ócio do dia de hoje que graças a uma gripe ou virose ou infecção
respiratória (sei lá o que é que tenho!) passei o dia mal, a maior parte deitada
após muitas nebulizações. Mas nem sei porque loucamente comecei a disparar e
escrever aqui. Honestamente meu ócio chegou no limite do inaceitável e talvez
isto aqui seja uma tentativa de dizer que não foi tão ruim assim..
Fazia um tempão que não me sentia culpada por ficar
largada no ócio, talvez porque me deixei entregue ao meu corpo preguiçoso,
esguio e febril não apenas hoje. Agora o cérebro pensa e o corpo padece, porque a culpa é uma
merda. Mas chega de dias ociosos demais, inúteis demais, fúteis demais. Chega
de ficar na superficialidade, mesmo que o existencialismo sartreano tenha me
cansado. Eu quero é sofrer! Ficar na impropriedade, no inútil do Ser não deve
durar mais do que 1 mês, e acho que tô batendo o recorde nisso aí e é melhor
começar a ter medo mesmo... vai que eu me acostume e ache a inexistência confortável?!
Agora já deu minha hora e preciso ir, prometo voltar aqui pra falar sobre qualquer coisa, mesmo que existencialista demais, mesmo que sobre Nietzsche! Beijo para mim e para quem teve paciência de ler até o fim.
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