Gosto de ver o mundo pela cortina dos meus cabelos assanhados, de sentar embaixo da sombra de uma grande árvore e de deixar passar as horas assim sem medo.
Sem medo de me sentir inútil depois, sem culpa por achar que o andar dos ponteiros tornou improdutivo o meu dia;
Sem me comprovar a ideia tola de que as poucas horas entregue aos pequenos prazeres da vida, são desperdícios de minha limitada existência aqui.
Não sei o que deu em mim, alguma coisa alguma coisa de estranho parou e ponto.
Alguma coisa que me tirou o sabor da vida. Já nem sei mais pensar, já nem sei nem sei se tive saber. É como se tudo fosse um zero, um enorme e insignificante zero à esquerda de mim.
Alguma coisa grave me fez ficar assim nesse hoje de ontem.
Tenho tanto, tanta...sei lá o quê!
Raiva? Nem sei.
Alguma coisa que nem sei me deixou assim, quase homem, quase imóvel, quase fóssil.
Quero o querer de volta, o meu mergulho diário em mim quero de volta.Minhas profundezas quero de volta, sim sim o meu pertencer quero de volta: quero viver!
Não acho que seja desperdício se entregar a alguns prazeres. Todos querem viver, só que algumas vezes não encontram a maneira certa, ou a que se encaixa para si mesmo.
ResponderExcluirBeijos!