Minhas mãos suavam e só eu sabia
o motivo.
Implicitamente tudo em mim estava
sob efeito de uma forte emoção que inesperadamente contive para não ser-me
diante deles.
Não me sinto feliz, não sou eu
ali.
E há momentos que inutilmente
penso em fugir, em fingir, em desaparecer ou fazer-me invisível para não sentir. Porque o que sinto não tem nome,
não tem cor, não tem sabor. É um nada que é tudo, tudo o que
hoje me impede de ser-me completa.
E sofro.
Tanto que não consigo falar... Se
quer consigo arrumar arranjos, gestos ou palavras.
O terrível é que eu não tenho dito
nada, e para mim isso tem um peso.
O peso de uma âncora que tento
puxar com nós abaixo do possível para mover um navio cargueiro.
Porque para que eu viva preciso
dizer a mim aquilo que sinto-sou .
Da dor que a ninguém revelo,
porque há muito que espero salvação.
E por esperar, creio. E por crer,
me res-guardo e, por me res-guardar, escondo e por esconder: não vejo. É que tenho
evitado meus confrontos porque está sofrida...
A minha alma está sofrida demais para
suportar a angústia pelo inacreditável que habita em mim, as possibilidades que
são minhas, mas que estão aqui: clementes na espera da completa abertura de
mim.
Mas estou tentando, hoje dei um
abraço e foi muito mais do que achei que podia.
A sinceridade daquele gesto me
invadiu e num pequeno movimento corporal me debrucei diante de um ser que me
compreendeu o desconforto e não, incrivelmente não comemorou o meu fracasso.
E por respeito e agradecimento a esse Ser (Janne Freitas), não achei nada melhor no momento do que publicar esta postagem.
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