Depois de derrubar uma muralha fica o sorriso já gasto de
quem aprendeu a se res-guardar para se proteger.
De repente reapareceu a coragem, a coragem que sempre fugiu
quando quis acreditar e ser-quem-sou...uma mulher sem véus e com vestidos, muitos
já gastos e perdidos. E num relance de quem sabe o que precisa fazer eu fui em
frente.
Fiz.
Sem data ou previsões para retomar a construção, derrubei mil
tijolos de uma vez. Mergulhei a cabeça ansiosa numa poça dentro de mim e chorei.
Chorei enquanto abria meu coração para pôr fim à prisão que construí.
E naquilo tudo vi a certeza certamente, aquela de quem
sabe o quê e por quê faz.
E também vi, vi o medo mordaz indo embora com as lágrimas e
não pude impedir, o desejo secreto de expressar minha sinceridade foi
finalmente mais forte, até que em fim!
Só me restaram duas coisas: o meu desejo e a doçura do meu
olhar molhado. Porque todo o ressecado se lavou na confiança que se mostrou, e
eu revisitei a pessoa querida que sou.
E da menina ferida pouco sobrou porque as lembranças
doídas o tempo tomou. Não haverá mais estragos na mesma proporção, aprendi que
eu também tenho razão.
Impressionantemente bastou apenas um clique para que as
distâncias diminuíssem e a muralha caísse.
Um começo recomeçou dentro de mim e me senti grata, feliz
e serena comigo e com o mundo enfim.
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