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sábado, 13 de agosto de 2011

Desconstrução



Depois de derrubar uma muralha fica o sorriso já gasto de quem aprendeu a se res-guardar para se proteger.

De repente reapareceu a coragem, a coragem que sempre fugiu quando quis acreditar e ser-quem-sou...uma mulher sem véus e com vestidos, muitos já gastos e perdidos. E num relance de quem sabe o que precisa fazer eu fui em frente.

Fiz.

Sem data ou previsões para retomar a construção, derrubei mil tijolos de uma vez. Mergulhei a cabeça ansiosa numa poça dentro de mim e chorei. Chorei enquanto abria meu coração para pôr fim à prisão que construí.

E naquilo tudo vi a certeza certamente, aquela de quem sabe o quê e por quê faz.

E também vi, vi o medo mordaz indo embora com as lágrimas e não pude impedir, o desejo secreto de expressar minha sinceridade foi finalmente mais forte, até que em fim!

Só me restaram duas coisas: o meu desejo e a doçura do meu olhar molhado. Porque todo o ressecado se lavou na confiança que se mostrou, e eu revisitei a pessoa querida que sou.

E da menina ferida pouco sobrou porque as lembranças doídas o tempo tomou. Não haverá mais estragos na mesma proporção, aprendi que eu também tenho razão.

Impressionantemente bastou apenas um clique para que as distâncias diminuíssem e a muralha caísse.
Um começo recomeçou dentro de mim e me senti grata, feliz e serena comigo e com o mundo enfim.


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