Estou deitada e num movimento quase inerte permaneço, sim com os olhos fixos na janela que se mostra agora aberta a luz, à luz do mundo.
Além da claridade, capto também o muro alto que se estende por volta de todo o quintal.
O quintal é a minha vida.
O muro?
O muro na verdade é um eufemismo para a muralha, sim a muralha que construí.
Estou fazendo força sabe?!
Fazendo uma força descomunal pra derrubá-las.
Eu consigo, eu sempre consegui o que quis.
Há tempos que não me vejo tão feliz assim, feliz de rir de mim, feliz de chegar a cair, cair de medo, de felicidade, de horror pela vida, e que vida!
Estou com a janela à vista, mas a porta já está destrancada, já vejo o reflexo da luz entrar pela fechadura e sinto, sim eu já sinto a vida novamente olhar pra mim com prazer e dizer: como é bom te rever!
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