Ela havia ficado muda e pela primeira vez desfrutara plenamente da voz agora impelida por seu mutismo. Estava satisfeita pois encontrou casualmente seres que pensavam e que como ela também haviam perdido.
Perdido o norte e o sul. A bússola que os orientava pelo tenebroso caminho quebrara na guerra e foram vencidos pelo som inaudível das palavras torpes daqueles a quem é devido o atual e desprezível pós-guerra.
Ofereceram-nos a insensatez em troca dos nossos gestos sinceros. Agora cá estamos tentando sobreviver, em vão? Não sei, mas nossas vidas coincidiram no mundo e temos o dever de lutar por nós, de perdoar por nós para que o fim não nos afogue no meio. Morrer numa maré de grandes peixes mas de águas sujas não é brilhante, quero uma morte feliz, suave e que acima de tudo nos permita falar.
Mas convido-nos provocativamente a pensar no tempo. Até quando estaremos assim? Não há respostas exatas, não lidamos com lógicas, nossa matemática é transcendental.
Tudo o que posso afirmar por mim é que quero estar com vocês até o fim, sim vocês que me fizeram achar o que eu havia perdido de melhor em mim. A vocês chamo de amigos e devo sim, o meu sincero obrigada.
E quero muito de volta as nossas esperanças.
Somos iguais, somos tão diferentes, somos humanos, somos eu, vocês e nós. Nós somos, e esse plural me alivia porque sei que seremos sempre melhores lado a lado e que apesar de tanta criticidade, bem sei que vocês são assim comigo, consigo, conosco mesmo, estamos desinstalados, não alienados.
Perfeito...nem tem muito o que comentar,"eis tudo"(rsrsrs).
ResponderExcluirSim, somos muitos diferentes, mas cada um tem sua particularidade especial e necessita das particularidades especiais dos outros. Se vencermos, quem está ao nosso lado também compartilha da vitória e assim por diante.
ResponderExcluir*Entre o sonho e a realidade eu prefiro a realidade que me permita sonhar. http://jefhcardoso.blogspot.com