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Aqui já usei quase todo o meu repertório masoquista e desfiz boa parte das minhas ideias comunistas. Esse espaço é meu, mas desejei compartilhá-lo com o mundo, se você faz parte dele...Então seja muito bem vindo(a)!
sexta-feira, 2 de dezembro de 2011
Olhos
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
terça-feira, 8 de novembro de 2011
Destolher
Estive repensando...refazendo, revivendo.
Ressignificando.
Foi dolorido nos primeiros momentos, e assustadoramente um masoquismo necessário.
Precisava sofrer as consequencias de enfrentar o medo que me apropriei tão bem...medo da minha enorme vontade de viver. Viver mesmo a vida, com todas as emoções e inconstâncias necessárias para me sentir
Sendo.
E impressionantemente eu me vi enorme e não, dessa vez meu olhar não se apagou, o espelho que me revela não se quebrou depois. Não por acaso, não descartável...vi que era mais do que preciso, era inevitável a revelação de mim.
Mais do que receber bons ósculos, sei que dei um passo ao encontro das vontades que sempre rejeitei.
E já fazia tempo que fugia, renegava e corria às léguas de mim.
Como permiti que o medo fosse maior do que todas as coisas que sempre quis?
Descobri e agora não há quem me faça resistir.
Vou em frente e esse é só o começo de mim.
quarta-feira, 2 de novembro de 2011
Senti-mental
Odeio sentir pena das pessoas, ninguém merece ser digno de tão mesquinho sentimento. Se alguém puder sentir alguma coisa por mim que não seja pena e nem vou me dar o trabalho de dizer o por quê.
Preciso apenas sentir que não estou só, que posso olhar nos olhos e encontrar-me com alguém além de mim. Talvez, eu esteja pedindo muito...gostaria dessa vez de não ter razão.
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
Desabafo
Estou procurando minhas amarras...de repente, em menos de 10 minutos, o céu sumiu e o chão afundou. E nem foi porque não tentei fugir. Fugir foi o que fiz desde os meus 13 anos. Fugi obstinadamente de pensamentos persecutórios e de culpas descabidas, tentei apagar tudo e ao mesmo tempo nunca esquecer, porque esquecer seria perdoar e perdoar era a última coisa que eu queria.
Porque perdoar tem limite e o limite que eu der.
Violaram meus direitos e eu tive que contar apenas comigo e com os comigos de mim. Ninguém sabia, exceto eu e Deus. Ninguém sabia o que eu escondida atrás daquelas máscaras, até agora, até ontem.
Não queria aumentar a culpa que sempre carreguei.
Ser motivo de preocupação e ainda escutar que as neuroses tinham razão.
Agora sem minhas injustas medidas eu tento sobreviver, sobreviver a um ataque de cuidado. Cuidado que me deixou com a alma doída, doída de não saber o que fazer. De ter vontade de correr e de não fazer por medo de com isso novamente só perder.
Mas então o que foi isso que ficou? Que dor é essa que não passa, que não fala, que não quer ir embora? E por que o cuidado só apareceu agora quando já nem esperava mais? Quando já tinha dado por encerrado, quando já tinha resolvido matar minhas possibilidades!?!
Por que há um vazio que nada preenche? Por que as horas não passam e as lágrimas não cessam? Eu tenho perguntas e eu quero as respostas!
Estou tentando fazer da minha dor a minha super-ação, mas não, não, não está sendo fácil. Arrancaram o que eu pensei saber secreto e agora eu não tenho como escapar de novo dos antigos e reais pensamentos.
Hoje só me pergunto o que vou fazer com o que sobrou de mim...'meuDeus' será que vou conseguir? Em ti espero e confio, não me deixe só, nem me desampare, amém.
sábado, 15 de outubro de 2011
Rosa
Fui obrigada a repensar toda minha vida em segundos. Por quê?!
Porque abruptamente perdi e as perdas são sempre dolorosas demais a mim.
Precisava de mais tempo para repensar tudo assim, para aceitar a realidade enfim. Mas a fugacidade da vida me induziu sem escolha, não deu para resistir. É que na dor ou na presença do medo não me restou muita coisa, a não ser deixar as lágrimas expressarem meu descontentamento, minha decepção.
Esperava mais da vida, eu que recentemente fui levada a crer que precisava viver.
Viver pelas escolhas que fiz e não pelas que sofregamente resisti.
E já faz quase dois meses da iminente sempre presente, perda, e eu penso se fui honestamente fiel ao que deixei por mim...aí olho para trás e vejo tanta inautenticidade que dói sentir, sentir o significado das coisas que por medo nunca aceitei o fim.
Eu preciso seguir em frente, mas alguma coisa me chama para olhar se ainda há água no poço. É que parece que o passado não quer me deixar sentir o presente bem e a contragosto dele, eu tenho urgência.
Sei que não posso mais ir adiante sem aceitar as implicações do aí, daquilo-que-é, da minha vida-no-mundo e do que fica: a saudade doída de uma pessoa querida que in-felizmente descansou.
Eu poderia ter sido mais forte, mas hoje isso é tudo que sou.
Você deixou marcas tia Rosa e eu sempre vou sentir sua falta.
segunda-feira, 10 de outubro de 2011
A-braço
Deu saudade...
Saudade de me sentir largada nos meus pensamentos precisos, do meu tempo recolhido.
Não que eu queira voltar, me entenda...sinto saudades apenas de lá!
É que nesse tempo eu só tinha a mim para escutar.
O mal costume foi de me refugiar no res cogitans, como se assim eu pudesse escapar, escapar do medo, do enorme medo de viver, porque eu sempre achei que deveria saber... ninguém nunca me disse que isso não se sabe, que não se aprende, que não se precisa saber.
Sorte a minha, por ter que descobrir isso sozinha.
E a maior sorte é que tive mesmo muita, muita sorte.
Porque minha solidão pude suportar, sem a mim mesma negar.
Mergulhei bem fundo aqui, quase me afoguei na imensidão de mim.
E foi angustiante...de uma angústia sem fim. Eu que sempre me achei tão...? tão pequena, me ver numa condição desmedida, com palavras sendo tolhidas nas reticências de mim. Que contradição! Eu com um gigantismo e um coração bem vívidos aqui.
De repente em mim cresceram braços que me fizeram acolher a pessoa que também vos escreve e vos diz: não é preciso saber viver! E quando finalmente me desvencilhei desse abraço torto e apertado, pude sentir...o vazio, aquele que a vida claramente traz, e temi.
Mas antes de voltar atrás, de me ver de novo incapaz, agarrei! a vida para um passeio, e conversei, por longas horas teimei, até me dar conta de que não tinha sido isso o que eu desajeitadamente sonhei.
Não pude mais fugir, eu e a vida viramos amigas enfim. Só que há sempre uma desavença, vez por hora perco a paciência. Não fui ensinada a suportar muita dor, não sei esconder de mim mesma o evidente, não nego o que vejo aparente.
E sinceramente discordo que é preciso saber viver!
Quem disse isso nunca percebeu que sofrer é inerente e não causa.
Sofrer é parte intrínseca, inseparável da nossa condição.
É ontológico...é nossa única possibilidade para existir, para ser-aí-neste-mundo, agora se existe outro me avisem...porque esse eu ainda não sei!
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
Manual
sexta-feira, 30 de setembro de 2011
terça-feira, 6 de setembro de 2011
Ao amor
Porque para amar é preciso renunciar, porque amar é uma escolha e eu escolhi não mais me maltratar. Eu necessitei do meu carinho e agora estou pronta para finalmente me olhar.
Fundo, olho no olho. E ver neles luz, esperança, salvação.
Eu quero recomeçar em mim e depois retomar os vínculos das pessoas que nunca quis magoar, mas magoei. Porque me abandonando abandonei todos que amei, todos que um dia falei: não vou te deixar. Eu desprovida de afetos por mim mesma, me deixei. Largada por rejeitar aquela que absurdamente me tornei.
E hoje me admiro porque do outro lado provei e reconhecendo as potencialidades humanamente minhas, desafiei. A vida para um duelo, que sei...Surpreendentemente sei que sou mais forte do que um dia pensei.
Por isso, hoje, agora e sempre me respeitarei.
sábado, 3 de setembro de 2011
Noite
sábado, 13 de agosto de 2011
Desconstrução
sexta-feira, 12 de agosto de 2011
Gestos
sábado, 6 de agosto de 2011
Porque ajudar faz bem
A isso não há dinheiro no mundo que possa comprar.
Portanto tenho a certeza que pelo pouco que ajudamos saímos de lá melhores, não maiores, mas mais dignos porque fizemos a diferença. Porque ajudar não faz bem apenas a quem recebe, mas principalmente a quem de fato ajuda, nessas horas os bons sentimentos se multiplicam e as esperanças de um mundo melhor reaparecem.
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¹Contagem dos animais realizada no dia 10 de julho de 2011
quarta-feira, 3 de agosto de 2011
Obviamente
Eu gosto do indecifrável, o mistério todo me chama a atenção.
Não suporto o que percebo em poucos segundos, porque o óbvio me fere, me irrita.
Mas o difícil neste mundo é ir além do que se vê e escarnecidamente rir do óbvio sem ferir ninguém. Ah como é impossível existir por esses moldes que nos impõe tão ridiculamente assim. Eu tento não golpear, mas é como tentar matar sem violência...
E a morte por si só é agressão!
domingo, 31 de julho de 2011
Metodologia de vida trágica
quinta-feira, 21 de julho de 2011
Soul
sábado, 16 de julho de 2011
Adolescer
E dava duro no processo de lapidação.
Por vezes se assustava com o que encontrava e realmente pensava que dentre tantas palavras, as escolhidas eram sempre cuidadosamente tolhidas pela dor.
E só descobriu o valor disso quando finalmente se viu só. Quando abriu seu caderno de segredos e percebeu que seus textos sempre lhe falavam a mesma coisa: você precisa ser.
Ser sozinha, além do que esperam de você.
Nunca foi tarefa fácil Ser num mundo onde muitos apenas fingem existir. E quando se cresce sendo a promessa de alguma coisa que você nunca desconfiou poder escapar, é que tudo pode ser pior. Mas a vida tem lá suas surpresas e finalmente um dia ela pode ser.
Ser uma heroína (a droga mesmo) com todos os efeitos adicionais que um opióide pode causar. Por várias vezes fugindo da realidade, claro...Com excessivos e irregulares ciclos circadianos, seu cérebro já nem sabia que horário era o certo, ela quem sofregamente decidia.
Mas o pior ela sabia. O pior era permanentemente sentir a terrível apatia por seres aparentemente humanos que estavam sempre de bem com a vida. Ah, esses ela abominava e nem disfarçava a rispidez do olhar. A isso ficaram as fotografias da turma para comprovar.
Sempre foi só, e as pobres criaturas que aturou e a aturaram eram tão sozinhas quanto ela. Por motivos diversos nunca fez questão de mudar, sempre achou que sozinha era mais que toda a merda do universo, e arrogâncias à parte, na adolescência ela era.
Estudou numa escola de classe média cuja composição de alunos se dividia entre os bolsistas e os pedantes filhinhos de papai, onde a principal função era basicamente a mesma: exercerem o estereótipo de adolescente tão em alta no momento.
E como aquilo a irritava!
Entre a revolta que a vida lhe infligia e a dor de ser o que não se é, ela construiu uma muralha a sua volta com um código secreto para a entrada de estranhos.
Era preciso mostrar mais do que aparências.
Porque tudo aquilo era uma violência, e por questão de sanidade ela precisava manter a sua. Tempos depois pensou no quanto tudo lhe foi útil, e assim resolveu não dispensar a muralha após o término do longo percurso.
O ensino que era médio foi mais do que superior.
Sua aprendizagem ali foi para toda a vida e somente depois de fixados os laços entre os que conheceu foi que reconheceu a finalidade e o que a vida realmente dá aos que lhe são honestos.
Os amigos, a esses ela afirma que permanecerão sempre consigo.
terça-feira, 12 de julho de 2011
Não
domingo, 3 de julho de 2011
Belo Belo
Belo belo belo, Tenho tudo quanto quero. Tenho o fogo de constelações extintas há milênios. E o risco brevíssimo - que foi? passou - de tantas estrelas cadentes. A aurora apaga-se, E eu guardo as mais puras lágrimas da aurora. O dia vem, e dia adentro Continuo a possuir o segredo grande da noite. Belo belo belo, Tenho tudo quanto quero. Não quero o êxtase nem os tormentos. Não quero o que a terra só dá com trabalho. As dádivas dos anjos são inaproveitáveis: Os anjos não compreendem os homens. Não quero amar, Não quero ser amado. Não quero combater, Não quero ser soldado. - Quero a delícia de poder sentir as coisas mais simples. (Manuel Bandeira) |
sábado, 2 de julho de 2011
101 Coisas nos 182 dias e meio
quarta-feira, 29 de junho de 2011
Humanamente
segunda-feira, 27 de junho de 2011
Chá da's férias
O que são a's férias?
Com a’s no plural e apóstrofo mesmo, porque sempre me perguntei da utilidade do apóstrofo na minha vida. Afinal deixei de usá-lo quando deixei também de falar tão bem do meu inglês americano.
É que agora minha vida está completamente inglesa, até chá da tarde me obrigo a tomar, o surreal e normal é que esse chá vem recheado de tédio, porque também não agüento todos os dias um chá de cadeira assim às 16h.
Passei quatro anos de rotina, perdi até a minha língua...quase fui demitida da minha própria vida por falta de administração. E nem quero saber o que vai me aparecer quando tudo isso acabar, quando eu não tiver do que reclamar, quando o meu chá parar de me abusar.
Jane Austen eu sei, essa nunca me salvará!
Vou morrer em Mansfield e ao que me parece num grande ócio improdutivo, à noite
Sim na calada da noite na Hamilton Rd., na companhia de um cachorro e de uma xícara, uma xícara de amor, claro.
O que sou
Passei da prosa à “poemia”, e achar que nunca conseguiria
Olhei e vi uma vida de mentira e hipocrisia
Parei e resolvi pensar no que não podia
E consegui desafiar minha própria companhia.
Imaginei como ficaria e se era isso o que eu queria
Como seria se eu fosse além do que eu mesma pensava que podia? E depois o que eu faria? Como suportaria?
Foi aí que percebi aonde chegaria e que sem medo enfim eu me mostraria
Leve, doce e meiga
Para que finalmente em me desfazendo dessa dura couraça que me entorpeceu os sentidos e me impediu de ver o rasgão do meu vestido, eu possa caminhar novamente entre o vento que um dia me assanhou os cabelos e aquela que so-fre-ga-mente sou.
sábado, 25 de junho de 2011
Pulsar
Estou aqui escutando tiques e taques do tempo
O relógio da sala me causa tormento
O vento que sopra traz de volta a angústia daquele momento
Estou deveras cansada pra qualquer empreendimento
Meu coração pulsa em vão na esperança de encontrar um novo sentimento
Mas eu sou mesmo romântica e deixá-lo-ei pulsar até que cessem todos os movimentos.